Clonagem, Transgênicos e Células-Tronco
Clonagem
A clonagem é um processo artificial pautado na reprodução de cópias genéticas dos seres vivos, através de um filamento de DNA. Em outras palavras, a clonagem visa obter cópias de organismos, ou seja, seres idênticos.
Para a realização da clonagem artificial (induzida) utiliza-se o núcleo de uma célula somática. Célula somática é qualquer uma do corpo, exceto os gametas, ou seja, espermatozoides e óvulos.
Como é feita a Clonagem
Para realizar a clonagem de um ser é preciso obter uma célula qualquer, exceto espermatozoides e/ou óvulos. O processo consiste em remover o núcleo dessa célula, pois ali estão armazenadas as informações genéticas do organismo que será clonado.
O núcleo retirado será introduzido em um óvulo, que é o gameta feminino, sem núcleo. Assim, o citoplasma será do óvulo e o núcleo de uma célula somática (qualquer uma do corpo).
Em seguida, essa nova célula será introduzida no útero de uma fêmea qualquer da mesma espécie para garantir o desenvolvimento do clone. Foi esse o procedimento realizado para a clonagem da ovelha Dolly. A Dolly foi o primeiro clone de mamífero da história, tendo sido clonada a partir de células da glândula mamária.
Tipos de Clonagem
Há 4 tipos de clonagem:
- Clonagem Natural: é o caso dos gêmeos univitelinos, seres idênticos que possuem o mesmo genoma.
- Clonagem Induzida: reprodução assexuada realizada artificialmente em laboratório através de duas células mães, que produzirão seres idênticos, ou clones.
- Clonagem Reprodutiva: processo de reprodução assexuada através de células somáticas, ou seja, qualquer célula do corpo, exceto os gametas sexuais (óvulo e espermatozoide).
- Clonagem Terapêutica: técnica utilizada para a reprodução de células-tronco, muito semelhante à clonagem reprodutiva, contudo, não é introduzida no útero.
Transgênicos
Transgênico é um organismo vivo modificado geneticamente.
Transgenia é a ciência que realiza alteração genética em organismos vivos. Nela é feita a retirada de genes específicos de uma ser vivo e inserido em outro, que pode ser de uma espécie diferente. O objetivo dessa técnica é inserir características consideradas algum tipo de benefício de uma espécie em outra. Em geral é usada na agricultura e na área da saúde.
Em geral, naturalmente, espécies diferentes não se cruzam. Já com essa técnica, o cruzamento entre espécies diferentes é eficaz e estável, o que permite carregar essas modificações genéticas para as gerações futuras, ou impedir a planta nova de gerar sementes, por exemplo, e pode gerar benefícios variados para a espécie modificada.
Onde encontramos os transgênicos ?
A aplicação da técnica de transgenia é extremamente comum nos dias atuais, e pode ser encontrada em mais de uma área, como:
- Agricultura: uma grande parte dos produtos muito comercializados da agricultura brasileira e mundial são transgênicas. Elas foram modificadas geneticamente com o objetivo crescer em ambientes diferentes dos naturais, tolerar vários herbicidas, resistir a diferentes espécies de insetos ou até mesmo para aumentar sua produtividade. Por exemplo, a soja, o milho, o algodão e a canola são, em sua maioria, transgênicas.
- Saúde: muito do avanço da medicina contou com a ajuda de transgênicos. Há um número alto de vacinas criadas por meio de métodos da biotecnologia, além de tratamentos, diagnósticos e medicamentos desenvolvidos com a ajuda da transgenia. Alguns exemplos são as vacinas contra a Hepatite B e a vacina contra a Dengue, usadas para imunizar animais.
Os produtos transgênicos estão no mercado há mais de 20 anos, e não há estudos que comprovem efeitos maléficos à saúde. No entanto, um contraponto sobre a Transgenia é que, como esse processo é relativamente recente, pode não haver conhecimento suficiente para possíveis efeitos da modificação genética a longo prazo, implicando em danos à saúde humana, como alergias causadas pelo consumo de algo não encontrado dessa forma na natureza.
Células-Tronco
São células com capacidade de autorrenovação e de diferenciação em diversas categorias funcionais de células. Ou seja, as células-tronco têm capacidade de se dividir e se transformar em outros tipos de células. Elas podem ser programadas para desenvolver funções específicas, uma vez que se encontram em um estágio em que ainda não estão totalmente especializadas. Abaixo veremos os tipos de células-tronco existentes.
Quais são os tipos de células-tronco?
São três os principais tipos de células-tronco. As células-tronco embrionárias e as adultas (encontradas principalmente na medula óssea e no cordão umbilical), que têm fontes naturais. E as células pluripotentes induzidas, que foram obtidas por cientistas em laboratório em 2007.
O que são as células-tronco embrionárias?
São as células chamadas de pluripotentes, pois têm a capacidade de se transformar em qualquer tipo de célula adulta. São encontradas no interior do embrião, quando ele está no estágio conhecido como blastocisto (4 a 5 dias após a fecundação).
O que são as células-tronco adultas?
São células obtidas, principalmente, na medula óssea e no sangue do cordão umbilical, mas cada órgão do nosso corpo possui uma quantidade de células-tronco que é responsável pela renovação das nossas células ao longo da vida. Elas têm capacidade de se dividir e gerar tanto uma nova célula idêntica e com o mesmo potencial, como outra diferenciada. São chamadas de multipotentes por serem menos versáteis que as células-tronco embrionárias.
O que são as células-tronco induzidas?
Inicialmente foram produzidas em laboratório em 2006 por um pesquisador japonês chamado Shynia Yamanaka. Na ocasião, foram reprogramadas células da cauda de um camundongo e estas voltaram a se comportar como células-tronco embrionárias. Posteriormente, em 2007, foram produzidas as primeiras células induzidas humanas, a partir da pele. Esta tem sido até então a principal fonte de células para reprogramação, mas teoricamente, qualquer tecido do corpo pode ser reprogramado.
O processo de reprogramação se dá através da inserção de vírus contendo 4 genes (oct-4, sox-2, Klf-4 e c-Myc). Estes genes se inserem no DNA da célula adulta (ex.: pele) e reprogramam o código genético. Como este novo programa, as células voltam ao estágio de uma célula-tronco embrionária e possuem características de autorrenovação e a capacidade de se diferenciarem em qualquer tecido.
Estas células são chamadas de células-tronco de pluripotência induzida ou pela sigla iPS (do inglês induced pluripotent stem cells).







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